O SILENCIAMENTO DO PARTEJAR
ARTIGO CIENTIFICO
Palavras-chave:
Parteiras tradicionais. Modelo biomédico. Direitos reprodutivos. Povos indígenas. Violência obstétrica.
Autor(es):
Janaína Luchesi de Aguiar
Resumo: Este artigo analisa os impactos da hegemonia do modelo biomédico sobre as práticas de parteiras tradicionais na Região Norte do Brasil, com o objetivo de investigar como a interação entre saberes ancestrais e biomédicos molda a experiência de parto de mulheres indígenas e ribeirinhas. Trata-se de um estudo teórico, de caráter exploratório, fundamentado na revisão bibliográfica da literatura existente sobre o tema, à luz do relato histórico do Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). A pesquisa busca examinar os efeitos da consolidação do modelo biomédico tanto para as profissionais quanto para as parturientes envolvidas nesse contexto, além de identificar os desdobramentos desse processo para a efetivação dos direitos reprodutivos da população local. Constatou-se que a primazia do paradigma biomédico favoreceu a exclusão das parteiras tradicionais da rede pública de saúde, mediante práticas e omissões que contrariam diretrizes estabelecidas por políticas públicas e legislações específicas. Conclui-se que tal fenômeno contribui para a ocorrência de violência obstétrica, sobretudo contra mulheres indígenas e ribeirinhas, considerando que a diversidade cultural e a pluralidade epistêmica da região estão intimamente entrelaçadas à vivência do parto, aspectos ainda não contemplados pelo modelo hegemônico.
Palavras-chave: Parteiras tradicionais. Modelo biomédico. Direitos reprodutivos. Povos indígenas. Violência obstétrica.
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